quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Inauguração: Daniel Barroca | Sobre a Destruição da Destruição

escritorio avenida 211Sexta-feira 21.11.2014, 22h



Rascunhos, ficções e apontamentos sobre A Destruição Da Destruição.


Num dos contos do Aleph chamado A busca de Averróis publicado em 1949, Jorge Luis Borges traduziu o título da obra de Averróis, ou Ibn Rushd,Tahāfut al-Tahāfut (séc. XII) por A Destruição da Destruição. Em 1954 é finalmente publicada a primeira versão em inglês do texto de Averróis traduzida por Simon Van Den Bergh cujo título é: The Incoherence of the Incoherence. Na introdução que o próprio Van Den Bergh escreve para esta edição, ele discute os critérios da sua tradução partindo do grande movimento de tradução do pensamento grego para árabe iniciado por Cristãos Sírios e impulsionado pela expansão Islâmica, principalmente entre 750 e 850 d.C
As traduções e os comentários aos autores gregos escritos por autores de língua árabe, principalmente andaluzes, tiveram uma importância fulcral para os latinos. Ibn Rushd, ou Averróis, foi uma das vias mais sólidas para o mundo cristão medieval europeu ocidental chegar a Aristóteles. Ou seja, para se ler Aristóteles foi necessário ler Averróis e uma das suas principais obras foi o Tahāfut al-Tahāfut que os latinos medievais traduziram para latim como:Destructio Destructionis A Destruição da Destruição. O que Borges fez em 1949 foi manter o sentido (ou o equívoco) da tradução latina. De algum modo, ele continuou a traçar, tendo talvez mesmo fechado, o círculo que esses velhos tradutores haviam iniciado ao repetir a palavra Destruição. 
Um círculo fechado pode ser um ciclo, e a imagem de um ciclo é um círculo em movimento. A Destruição da Destruição da Destruição da Destruição, em espiral até ao infinito.

Para mim, agora, falar da Destruição da Destruição, é pensar sobre o facto de um problema de tradução poder gerar um equívoco histórico que sustente uma elocução tão poderosa como A Destruição da Destruição. É imaginar um ciclo hermético que é a sua própria causalidade. Um movimento precário para uma eternidade poderosa e frágil. Aqui e Agora, há uma festa que acaba e há outra que potencialmente começa sem ninguém saber ainda nem onde nem com quem; e no futuro, estaremos aqui outra vez, neste mesmo lugar que é o lugar onde estamos hoje, e estaremos com o mesmo dilema que é deixarmos o passado sem saber o que será do amanhã. Para os velhos atomistas, tudo colapsa e renasce a cada instante e amanhã é outra vida (que é a mesma ou um desdobramento dela). O que se perde numa tradução, é esse acidente ou equívoco que se inscreve no real e que o tempo sustenta. E assim, materializa-se o espaço para uma posteridade distorcida que por momentos fica como a pura verdade. O que se perde numa tradução pode ser o pilar para uma ética confundida, que se expande na confusão de um tempo sem espaço ou de um espaço sem tempo; é a amplitude de um movimento que atravessa uma paisagem longínqua e que é urgente imaginar; é um território saturado pela violência dos Homens na sua luta pelo domínio do futuro. Obviamente que existem profundas fracturas entre mundos que desaprenderam a traduzir-se. Mas por entre essas fracturas, existem vias de passagem que proporcionam trocas incrivelmente poderosas. O mundo, é um lugar poroso.

Daniel Barroca
 in Press release da exposição






segunda-feira, 3 de novembro de 2014

" Last but not least " - Colectiva de pintura



António Dacosta - Fonte de Sintra IV, 1982, acrílico sobre tela, 50x61 cm

Depois das exposições já realizadas este ano de escultura de David Oliveira, de desenho de Cristina Lamas, de Obras Múltiplas e de três artistas moçambicanos - o fotografo Mauro Pinto, o escultor Gonçalo Mabunda e o pintor Celestino Mudaulane,.

A Galeria 111, Porto, apresenta uma  exposição em que estão presentes os nomes maiores da pintura portuguesa como Vieira da Silva, João Hogan, Luís Dourdil, António Dacosta, Júlio Resende, Sá Nogueira, António Charrua, Júlio Pomar, Nikias Skapinakis, Bartolomeu, Menez, Paula Rego, Lourdes Castro, Costa Pinheiro, João Vieira, René Bertholo, Álvaro Lapa, Noronha da Costa, Jorge 
Martins, António Palolo, Eduardo Batarda, José Escada, António Sena, Joaquim Rodrigo ou 
Graça Morais. 
Comemora-se este ano o centenário do nascimento de João Hogan, Luís Dourdil e António Dacosta, artistas que expuseram na galeria. 

Inauguração: sábado dia 8 de novembro de 2014 às 16H
 de 8 de novembro a 31 de dezembro de 2014 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Guimarães acolhe exposições de André Cepeda, Ricardo Jacinto e Escola do Porto

Novo ciclo expositivo no Palácio Vila Flor e no CIAJG inaugura a 25 de outubro


André Cepeda

No próximo sábado, dia 25 de outubro, inaugura um novo ciclo expositivo no Palácio Vila Flor e no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. O programa tem início às 18h00, no Palácio Vila Flor, onde será inaugurada a exposição “Rien”, de André Cepeda. Às 22h00, é a vez do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) inaugurar o 4º ciclo expositivo de 2014 com as exposições “Parque: os cones e outros lugares”, de Ricardo Jacinto, e “Escola do Porto: Lado B / Uma história oral (1968-1978)”. Na noite de inauguração será igualmente lançado o catálogo desta exposição


André Cepeda


No Palácio Vila Flor, a exposição Rien”, de André Cepeda, resume a argumentação valorativa de um ideal de verdade, cuja crítica política e social implícita se manifesta através do talento do artista. A nudez e a crueldade latente em muitos pormenores registados tornam-se mais percetíveis e intensas a cada olhar, propondo a interiorização do sofrimento, da dor, da solidão, da decadência, do abandono, da segregação, como motor de busca de uma nova realidade não corrompida, nem injusta. O preto e branco das fotografias devolve à imagem a sua essência primordial. A acumulação seletiva exercida pela atenção do sujeito, pelo seu olhar, transforma cada fotografia num exemplar único e insubstituível, que permite compreender a diferença entre realidade e encenação do real. Entre o facto captado e o observador, a visão de André Cepeda imprime uma eminente dimensão sociopolítica, materializada num sincero e introspetivo ato de contestação.


Escola do Porto: Lado B / Uma história oral (1968-1978)


No Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a exposição “Parque: os cones e outros lugaresrevisita “Parque”, o mais amplo e complexo projeto de Ricardo Jacinto  realizado até à data, e investe o território inexplorado que ficou desenhado quando o extenso coletivo de artistas e músicos que se reuniu em torno do autor se desmembrou. Constituindo-se seguramente como uma das mais fascinantes obras produzidas no contexto da arte contemporânea portuguesa na última década, “Parque” define-se como um espaço de criação coletiva e comunitária e desenvolveu-se praticamente sem interrupções entre 2001 e 2007, articulando um conjunto de três peças performativas principais com um conjunto de apresentações mais informais que documentavam as fontes, os materiais e os conceitos que consubstanciaram o projeto. Ricardo Jacinto cruza no seu trabalho escultura, arquitetura e música para criar peças em que o espetador é convocado para experiências percetivas intensas e, por vezes, inusitadas. Nuno Faria, diretor artístico do CIAJG, assume a curadoria desta exposição.

A inauguração de Parque: os cones e outros lugares acontece em simultâneo e de forma articulada com a inauguração da exposição Escola do Porto: Lado B / Uma história oral (1968-1978). A “Escola do Porto” tem uma história oficial que começa em Carlos Ramos, é estruturada por Fernando Távora e internacionalizada primeiro por Álvaro Siza e depois por Eduardo Souto de Moura. Na sombra desta “Escola do Porto” existe um “Lado B”, um lado outro, de estórias que escaparam às teses e aos livros. São estórias esquecidas, estórias secundárias, algumas inconsequentes outras rasuradas, estórias que tentámos pensar com um conjunto de entrevistas nem sempre concordantes entre si e que, no seu desacordo, evidenciam uma realidade mais complexa, com posições mais marginais. Desacordos que põem em causa a linearidade da história oficial e a imagem homogeneizadora da ideia de “Escola do Porto”. Estas estórias oscilam entre dois polos: entre a utopia social e política fortemente influenciada pelo Maio de 68; e a utopia formal e disciplinar que caracterizou o pensamento radical na década de 70. A narrativa proposta centra-se na geração que iniciou os estudos na ESBAP em 1970, e que opôs marxistas, leninistas, ou maoistas a trotskistas, situacionistas ou anarquistas.  A curadoria desta exposição está a cargo de Pedro Bandeira.

Bibli. Press release das exposições

Conferência : "UNCERTAIN SPACES - Visual configurations in contemporary art and museums"

31 de Outubro e 1 de Novembro de 2014: Fundação Calouste Gulbenkian

O Colectivo de Curadores tem muito gosto em anunciar a sua participação na conferência UNCERTAIN SPACES, sessão 01: Online Collections, Archives and Databases a ter lugar no dia 31 de Outubro na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, com a apresentação e discussão do ProjectoMap - Mapa de Artistas de Portugal.
Um projecto de divulgação da arte contemporânea, lançado em 2011, inédito a nível nacional, plataforma online que apresenta um mapa em constante crescimento e que conta com cerca de 200 artistas; uma ferramenta essencial de pesquisa na produção artística contemporânea.
A base de dados sobre a cena artística de Portugal.
Organizado pelo Unplace

sábado, 18 de outubro de 2014

José Pedro Croft - Objectos Imediatos

INAUGURAÇÕES

Fundação Carmona e Costa, 18 de Outubro, 18.30
Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, 24 de Outubro, 22.00


A exposição Objectos Imediatos, de José Pedro Croft, é o resultado da colaboração entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Carmona e Costa

Dividindo-se por dois espaços (a Fundação Carmona e Costa e o Torreão Nascente da Cordoariaa exposição apresenta trabalho sobre papel e escultura dos últimos doze anos.
Muitas das obras agora a apresentadas são inéditas, ou nunca foram apresentadas em Portugal, revelando o desenvolvimento do trabalho de José Pedro Croft numa escala a que o público não tinha acesso desde a exposição antológica realizada no CCB em 2002. As ligações entre o trabalho que o artista vem realizando em papel - nomeadamente através da prática da gravura - e a escultura são aqui colocadas em evidência, permitindo compreender melhor as articulações internas do seu percurso artístico.

Com curadoria de Delfim Sardo, a exposição é também a ocasião para a publicação, pela Documenta, de um catálogo homónimo que regista amplamente o período tratado na exposição. Para além do curador, o catálogo inclui ensaios do filósofo espanhol Amador Vega e do curador e crítico João Silvério. 

Bibli. Press release da exposição

terça-feira, 14 de outubro de 2014

MASTERCLASS | DANIEL BLAUFUKS - 'REGRESSO A TEREZÍN'

MASTERCLASS I 17 OUTUBRO > 19H00 I GRANDE AUDITÓRIO FBAUL I ENTRADA LIVRE
PROJETO SONAE/MNAC Art Cycles
A aula decorrerá da apresentação do trabalho “Terezín”, iniciado a partir de uma imagem do escritor WG Sebald em 2006, exposto em 2007 e publicado em livro em 2010, e que terá uma abordagem mais recente numa parte da exposição TODA A MEMÓRIA DO MUNDO, PARTE UM em Dezembro no Museu do Chiado.

DANIEL BLAUFUKS
Daniel Blaufuks utiliza principalmente fotografia e vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e livros. tem trabalhado na relação entre fotografia e literatura, através de obras como My Tangier com o escritor Paul Bowles. A relação entre o público e o privado tem sido uma das constantes interrogações no seu trabalho. Utiliza principalmente a fotografia e o video, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. Algumas das suas últimas exposições foram no Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Palazzo delle Papesse, Siena, LisboaPhoto, Centro Cultural de Belém, Lisboa, Elga Wimmer Gallery, New York, Museu do Chiado, Lisboa, Ffotogallery, Cardiff, e Photoespaña, Madrid, onde o seu livro Sob Céus Estranhos recebeu o prémio de melhor edição internacional do ano de 2007. Neste ano foi galardoado igualmente com o prémio BES Photo. Publicou Terezín pela editora Steidl, Göttingen, em 2010 e Fábrica, Pierre von Kleist, Lisboa, em 2013, entre outros livros.
Está actualmente a fazer o doutoramento na Universidade de Wales e terá uma exposição no Museu do Chiado em Dezembro de 2014.
Mais informações em http://www.danielblaufuks.com 
Bibli. Press release do evento

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

TOUR DU MONT-BLANC - Pedro Vaz



Na origem deste projecto existe uma viagem pedestre em torno do “tecto da Europa” -Tour du Mont Blanc.  Trilho este que, envolto das paisagens das grandes montanhas nevadas dos Alpes, dos seus glaciares, florestas nativas e planícies rochosas, parece revelar, preservando, a origem da vida selvagem. 
Ao longo desta travessia, com a distância de 174 km e 12 dias de viagem, foi feito um levantamento fotográfico a partir de uma regra de distâncias definida pela dimensão da própria natureza envolvente. Entre cada porção de distância foram produzidas duas fotografias, respectivamente, o lado esquerdo e o lado direito da paisagem, de modo a cobrir todo o ângulo de visão frontal. 
A sua apresentação requer um suporte específico de projecção, constituído por duas grandes telas de madeira - que quando juntas constituem um panorama - unidas ao centro por um ângulo de 120º, pretendendo respeitar exactamente o ângulo que distanciou nas captações, esquerda e direita, durante o percurso no TMB.


Sobre Pedro Vaz 
Pedro Vaz (1977) iniciou o seu percurso artístico na galeria Módulo - Centro Difusor de Arte, Lisboa, em 2005. É graduado em Artes Plásticas Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 2006.
No presente ano é premiado no concurso internacional Beers Contemporary Award for Emerging Art, em Londres, e recebe apoio para o desenvolvimento do projecto Tour du Mont-Blanc por parte da Fundação Calouste Gulbenkian e da Duplacena.
Ainda este ano, irá participar na colectiva Pedro Vaz X João Queiroz, no CAPC - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e apresentar o projecto Tour du Mont-Blanc, inserido no Festival Temps d’Images, em Lisboa.
Tem agendado para 2015 a exposição individual Mont-Blanc, na Galeria 111 em Lisboa e no Porto.
Pedro Vaz, vive e trabalha em Lisboa.

MNAC - Jardim de Esculturas  | 
2014-10-15
2014-10-16 | entrada livre

Bibli. Press release do evento






terça-feira, 7 de outubro de 2014

Abertura dos Ateliês de Artistas (AAA) - 5ª Edição, Outubro de 2014 nos dias 17, 18 e 19.



A vernissage de inauguração da 5ª Edição das AAA terá lugar no Jardim de Inverno do São Luís Teatro Municipal de Lisboa, no dia 14 de Outubro entre as 18h e as 21h.
Na semana seguinte, nos dias 17, 18 e 19 de Outubro, os artistas abrirão as portas dos seus ateliês ao público entre as 15h e as 20h.

É o 5º ano consecutivo em que a Associação Castelo d´If, dinamizada por dois especialistas em educação artística, Hilda Frias e Carlos Alves, realiza este evento da maior relevância no panorama das Artes Visuais em Portugal, em ligação e intercâmbio com a sua congénere de Marselha, a Associação Château de Servière, que há mais de dezasseis anos promove as OAA, Ouverture d´Ateliês d´Artistes, naquela cidade e este ano também com a Associação ACCA de Turim

Na edição deste ano, a organização manteve a qualidade do evento, garantindo uma ampla participação de ateliês e artistas, nacionais e internacionais.
O folheto do evento, com um mapa de Lisboa, que interpela pela novidade do roteiro, convida à realização de percursos nunca realizados e à descoberta da arte, nascida na cidade e dos seus criadores. O encontro com os artistas proporciona ao público a oportunidade rara do contacto com os espaços da criação, a aproximação real ao processo criativo e suas linguagens.
A Abertura dos Ateliês é uma Festa da cidade! Durante os dias deste encontro assistimos à intensa circulação de públicos mais específicos do mundo profissional da arte, estudantes, coleccionadores, professores, galeristas, críticos e outros agentes da arte, desfrutando, recolhendo informações, estabelecendo contactos e promovendo oportunidades, negócios e intercâmbios.
A riqueza cultural e o clima de grande abertura e tolerância que caracterizam este acontecimento são os principais ingredientes para o nosso convite a uma grande participação.

Para informações complementares e acesso ao roteiro aceda a  www.castelodif.com  ou aos pontos habituais de divulgação cultural e, particularmente, ao posto de Turismo no Restauradores.


Press release do evento

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

“Où va-t’-on?”



(ANA VIDIGAL na SALA DO VEADO)


Tudo isto são restos. Restos de momentos que ninguém quis, porque não gostaram de se ver, restos do primeiro filme em que me lembro de ter chorado.  Restos de frases que roubei, de textos que  me deram, de coisas  que li e nunca esqueci. São coisas assim aos cacos mas todas juntas. E é tudo uma contradição. Enquanto luto pelo esquecimento da imagem capturada, procuro uma nova que só existe provocada pela sensação da que está  por baixo. Mas acho que isto é o normal para quem quer mostrar o seu  passado,  tapando-o. No fundo no fundo andamos sempre a jogar às escondidas.


Ana Vidigal


Bibli. Press release da exposição

terça-feira, 30 de setembro de 2014

“Prometheus fecit: terra, água, mão e fogo” - Residências artísticas de cerâmica em Alcobaça no Museu Nacional Soares dos Reis


…Os processos de residências artísticas, na era do contemporâneo, propiciam a reconquista da experiência  em que a permanência e a duração são incentivos pretendidos.
Numa época em que as tarefas, desempenhos e situações se concatenam (quase sem intervalos de pensamento), na exigência de respostas quase imediatas, demora e decorrência são privilégios para os rtistas e demais operadores culturais.
A conceção, criação e produção de obras foi desenvolvida durante a permanência de 15 artistas, consolidando o projeto que foi localizado, pela segunda vez, na Fábrica de Cerâmica PP & A - S. Bernardo,  Alcobaça.


Em 2010/2011, sob impulso de Graça Pereira Coutinho concretizou-se a primeira etapa deste processo, que  abarcou 6 artistas e culimou na exposição “Poder do Fazer” no Museu Nacional do Azulejo em Lisboa,  patente entre janeiro e setembro de 2013.


Em 2014, reuniu-se um grupo de artistas portugueses e brasileiros, procedendo de diferentes contextos e  formações, “chegados” de viagens transatlânticas ou deslocando-se de cidades portuguesas. Tal confluência  proporcionou contextos inesperados de experiência e pensamento; promoveu diálogos e confrontos;  impulsionou novas articulações poiéticas e concetuais. Associou-se técnica e criatividade, refletindo  intencionalidades e decisões diferentes, por parte dos artistas e dos outros protagonistas que os visitaram  durante as estadias.
As residências iniciaram-se em abril do corrente ano, prolongaram-se até inícios de agosto e, ainda nalguns casos, entraram pela primeira quinzena de setembro. Os grupos, em permanência na Fábrica, organizaram-se na presença simultânea de 3 ou 4 artistas aos quais, com frequência, se associavam mais um e outro.
Dentro da fábrica, a condição de “sedentarismo” para os artistas que são “nómadas eventuais”, o contato com as matérias e a disponibilização de instrumentos e equipamentos especializados, conduziu desafios e efetivou situações, sob desígnio de superação pessoal, quando vivida numa “comunidade” de ideais, atuações e criações.
Às caraterísticas manifestas de uma “estética industrial”, acresceu a reverberação simbólica do património arquitétónico e a histórica qualificação técnica dos funcionários especialistas que, em boa cumplicidade, colaboraram com os artistas, sempre que possível.
O entusiasmo, o detalhe e o perfecionismo evidenciaram-se em cada momento, num apoio significativo que viabilizou peças magníficas e inovadoras. As abordagens desenvolvidas são já denotativas de estratégias e procedimentos adequados, por cada artista pensado e decidido, tendo cumprido as suas propostas plásticas e desígnios estéticos.



Em abril passado, realizou-se no Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto) a apresentação do programa de residências, na mesa-redonda em que participaram:

Paulo Cunha e Silva (Vereador de Cultura CMP),
Maria João Vasconcelos (Diretora MNSR), Arqtº Manuel da Bernarda (Fábrica PP & A - S. Bernardo), Dr. Alberto Guerreiro (Museu Cerâmica); Dr. Leonel Rosa (ADEPA), os artistas Carolina Paz (BRA) e Albuquerque Mendes (PRT) e Maria de Fátima Lambert, curadora do programa.


As obras realizadas durante a residência – numa profusão que ultrapassou qualquer expetativa – apresentam-se, agora, na exposição coletiva patente no Museu Nacional Soares dos Reis (Porto).
Numa geografia onde a água e a terra propiciaram – desde tempo e memórias longínquos – a dimensão alquímica da cerâmica, o desenvolvimento das residências dos 15 artistas portugueses e brasileiros, adquiriu consistência e interesse acrescidos, prevendo-se que “alastre” futuramente.


Maria de Fátima Lambert

Fábrica de Cerâmica PP&A [S. Bernardo ] – Alcobaça
Museu Nacional de Soares dos Reis [MNSR] - Porto
residências artísticas de cerâmica contemporânea
exposição das obras produzidas no MNSR
inauguração a 2 outubro 2014

ARTISTAS :

Albuquerque Mendes, Beatriz Horta Correia, Bela Silva, Catarina Branco, Graça Pereira Coutinho, Isaque, Jorge Abade, Luís Nobre, Maria Pia Oliveira, Sofia Castro, Susana Piteira, | Portugal
Carolina Paz, Estela Sokol, Fábio Carvalho, Gabriela Machado | Brasil

CURADORIAMaria de Fátima Lambert


Bibli. Press release da exposição

domingo, 28 de setembro de 2014

A Encomenda Prodigiosa. Da Patriarcal à Capela Real de São João Batista - MNAA

NOVA DATA DE ENCERRAMENTO : 20 OUTUBRO 2013 
Galeria de exposições temporárias 
Igreja e Museu de São Roque 


D.Joao V, Batalha Matapão-NE


A esplendorosa Basílica Patriarcal de Lisboa era celebrada por toda a Europa. Cenário único, onde se levava a efeito uma surpreendente emulação da corte pontifícia, entendida como elemento de prestígio da própria corte portuguesa, tornou-se numa das mais dramáticas perdas geradas pelo Terramoto de 1755. Possuía uma extensão, felizmente poupada pelo sismo: a Capela de São João Batista, também encomendada por D. João V com o respetivo tesouro e edificada na Igreja de São Roque.


Evocar essa encomenda e o caminho que conduz da Patriarcal à Capela Real de São João Batista, exumando fontes e vestígios que o tempo parece ter querido apagar, é o objetivo desta exposição, dividida entre o MNAA-Museu Nacional de Arte Antiga e a Igreja e Museu de São Roque.

Comissários

António Filipe Pimentel

Teresa Vale




Press realese

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

“Ligações Europeias do Neorrealismo” - MNR



Integrada nas Jornadas Europeias do Património 2014, abre ao público no próximo dia 27 de setembro a Exposição “Ligações Europeias do Neorrealismo”.

A exposição integra bens culturais do acervo museológico do MNR, testemunhos da ligação entre autores e pensadores portugueses e estrangeiros associados ao movimento neorrealista.

Tal como nos refere António Pedro Pita, Diretor Científico do MNR, […] Para o Museu do Neo-Realismo não se trata, unicamente, de assinalar uma data significativa ou de dar o seu contributo para um programa nacional de reconhecida importância. Mas de introduzir, na conceção estabilizada de neorrealismo, uma nota dissonante: o neorrealismo é uma resposta portuguesa a uma problemática europeia e mundial e desenvolve-se em comunicação […] e em sintonia […] com diferentes aspetos dessa problemática […].

A exposição estará patente na Livraria do Museu do Neo-Realismo até 31 de dezembro.

Press release da exposição

doc Luciana Fina | IN MEDIAS RES Manuel Tainha | CINEMATECA PORTUGUESA sab 27 SET | 19h30




saiba mais



terça-feira, 23 de setembro de 2014

VASCO ARAÚJO | Re Cordum: Voltar ao Coração

Inauguração: 24 de Setembro de 2014, 22 horas 


A exposição Re Cordum: Voltar ao Coração de Vasco Araújo apresenta obras que exploram relações de poder, dependência e submissão, quer enquadradas pelos contextos familiar e social, como sustentadas em noções de exotismo e alteridade. 
O título da exposição remete para a dupla valência da expressão latina Re Cordum, traduzindo-se por “regresso ao coração”, abrangendo ainda o sentido mais evidente de recordação, memória. Neste sentido, a voz apresenta-se como o meio pelo qual personagens e objectos materializam conflitos internos, reflectindo acerca da sua própria condição, nas relações consigo e com o Outro
A exposição parte assim de ficções despoletadas a partir da memória específica de cada personagem ou objecto, como nas composições formadas reproduções de retratos de Eduardo Malta, pintor vinculado à ideologia do Estado Novo, e retratista da sociedade próxima aos círculos de poder da época. Outros objectos compósitos incidem sobre a temática do exótico, sublinhando a contradição inerente às diferentes origens dos elementos que os compõem. 
Re Cordum: Voltar ao Coração é a primeira exposição individual de Vasco Araújo na BAGINSKI, GALERIA/ PROJECTOS. 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Carpe Diem - 18º ciclo de exposições

Se faltou à inauguração do 18º ciclo de exposições do Carpe Diem Arte e Pesquisa , agende uma visita e acompanhe os diversos eventos que acompanham as exposições.


Até ao dia 20 de dezembro 
Aqui fica uma sugestão/evento  que não deve perder - inscrições até 30 de setembro:

Seminário

Goethe, leitor de Kant por Maria Filomena Molder
Quintas-feiras, 2, 9, 16 e 23 de Outubro das 18h30 às 20h30

Sessão I. Tempo, Espaço e Forma
Sessão II. Natureza, 
Conceito e Ideia
Sessão III. Arte e Natureza, Arte e História
Sessão IV. Meteorologia, Forma e Sublime
Programação em ficheiro descarregável.

Valor de inscrição: 1 x 70 Euros | 2 x 120 Euros
Número mínimo: 15 participantes



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Manuel Botelho | Confidencial/Desclassificado: Missa Campal

" Missa Campal " -  Manuel Botelho
" Vão ser 2 exposições simultâneas que se complementam.É como uma exposição única em 2 locais separados e com catálogo comum. "Manuel Botelho


Confidencial/Desclassificado: Missa Campal

Esta exposição revela, em simultâneo com “Missa Campal” (Galeria do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, em Vila Nova da Barquinha), os mais recentes desenvolvimentos do trabalho de Manuel Botelho. São séries desenvolvidas na continuidade da longa e diversificada temática de “Confidencial/Desclassificado” que o artista iniciou em 2007 e que, até hoje, desdobrou já em inúmeras exposições e acções.

A partir da iconografia da Guerra Colonial e da visão particular, histórica e socialmente delimitada por ela definida, Botelho alarga os territórios da sua reflexão ao conjunto de questões da História da Arte Ocidental, da política actual e da condição humana em geral. Neste campo, trabalha sobre a vida e a morte, evidentemente, mas também sobre as condições em que a sobrevivência do corpo individual e colectivo, da solidão e da misericórdia se podem revelar ou avaliar.
Para tal, Botelho cria catálogos de objectos gerais e particulares. No espaço do Pavilhão Preto, apropria-se de álbuns de fotografias, tornando anónimos factos e situações concretas do quotidiano dos homens no mato, assim as tornando generalistas; encena, sobre essas imagens, personagens de iconografia religiosa que, retiradas ao contexto particular a que pertencem, alteram não apenas o seu estatuto como o estatuto das imagens com as quais são relacionadas. No espaço da Galeria do Parque, na subsérie “parada”, regista, de modo frontal, uma longa mas aleatória colecção de miniaturas de guiões/estandartes militares (quase novos ou desgastados até à obliteração), concentrando nessa corrente descontínua todas as tensões possíveis entre imagem e palavra e os valores cromáticos e compositivos – de tal modo que o confronto finalmente se resolve numa inevitável aproximação à abstracção.



João Pinharanda  (comissário )


Confidencial/Desclassificado: Missa Campal
Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha
Inauguração dia 20 de Setembro, 17:00h.
Exposição de 20 de Setembro de 2014 a 11 de Janeiro de 2015


Manuel Botelho
Confidencial/Desclassificado: Missa Campal
Pavilhão Preto do Museu da Cidade, Campo Grande

Inauguração – 24 Set – 18.30h
Exposição de 25 de Set. a 16 de Nov. de 2014


A não perder !!!

sábado, 13 de setembro de 2014

Paula Rego - Obras Inéditas





Paula Rego, Blind Sister, 2014, pastel sobre papel colado em madeira, 120 x 160 cm


Inauguração: sábado dia 13 de setembro de 2014 às 16H


No âmbito das comemorações dos seus cinquenta anos,  a Galeria 111 apresenta uma exposição de obras inéditas de Paula Rego,
Da exposição fazem parte dezoito desenhos a pastel dos finais dos anos 70, Pig’s Head, da fase do Espantalho, Fawn e Blind Sister, dois trabalhos de grande mestria com uma enorme intensidade dramática.


Galeria 111 - Lisboa
Campo Grande, 113 | 1700-089 Lisboa
T: +351 21 797 74 18



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Seminário Luso Brasileiro "gostos em estado de utopia"


Este seminário decorrerá mediante um cronograma em estado de utopia, suspensão e deriva…consignado a partir das viagens a Portugal, propiciadas e a partilhar com outras instituições. Regularmente, far-se-á um acerto de datas em que os convidados brasileiros façam as suas viagens, estipulando um ritmo de jornadas, mais concentradas ou distendidas, que se intercalam com atividades realizadas por artistas e investigadores portugueses. A temática global deste seminário permanente alimenta-se, pois, do confronto, diálogo e/ou questionamento acerca das tipologias, conceitualizações e problemáticas, sob desígnio de: “gostos em estado de…utopia, suspensão e deriva” a promover entre autores, artistas, pensadores e outros protagonistas. Articula-se, em particular, aos projetos de investigação, alocados ao InEd – Projeto Educação Estética e Formação de Públicos para a Arte Contemporânea; Projecto Geografia Cultural do Século XX Português; Linha de Atuação: Práticas Profissionais em contextos Culturais. Centra-se na abordagem interdisciplinar sobre as poéticas e políticas das artes em Portugal e no Brasil, dilatadas num arco entre os anos 80 e até à atualidade.

Maria de Fátima Lambert


segunda-feira, 9 de junho de 2014

PIRES VIEIRA. ANTOLÓGICA: DA PINTURA À PINTURA.

MNAC - Museu do Chiado   : Atrium, Piso 1 e 2, até 14 de setembro

Direitos Reservados

Em 2014, Pires Vieira perfaz 45 anos de percurso como artista plástico. As suas primeiras obras datam de 1969 e as primeiras exposições individuais, em Portugal, tiveram lugar em 1971, quando ainda estava exilado em França. Depois do 25 de Abril regressa a Lisboa, onde participa em individuais na Galeria Quadrum e colectivas como a exposição itinerante “Pena de Morte, Tortura, Prisão Política”, em 1976, a histórica iniciativa de Ernesto de Sousa “Alternativa Zero”, de 1977, e representações nacionais em várias capitais europeias. Afirma-se com a geração de 70, inicialmente em conotação com o grupo francês Supports-Surfaces. No entanto, a cada década seguinte, Pires Vieira conquista novo fôlego e surpreende pelas abordagens e desafios, numa atitude de independência, com um trabalho que se centra na pesquisa, questionamento, empirismo e contenda face aos limites da pintura.

Direitos reservados
Esta exposição constitui a primeira antológica dedicada à obra de Pires Vieira. Face ao volume de “obra” existente, à surpreendente consistência do percurso realizado, com articulações e interpelações que perpassam décadas e fases, foi criada uma parceria entre o MNAC e a Fundação Carmona e Costa, por forma a contemplar uma visão de conjunto do percurso criativo deste artista. Assim, no MNAC apresenta-se uma selecção de obras produzidas desde finais de 1960 até ao início deste século XXI, e na FCC expõe-se grande parte da obra em papel, nas suas inúmeras variantes, igualmente desde finais dos anos 60, até à actualidade.
Tendo em conta que a cronologia não é um factor decisivo em Pires Vieira - o chronos(tempo) é explorado pelo logos (estudo) - toda a sua obra é desenvolvida num permanente devir dialético. As próprias referências artísticas de Pires Vieira revelam essa relação aberta entre distintos períodos históricos. O artista estabelece uma relação de interesse com Cézanne, Matisse, Rothko, Ad Reinhardt e o minimalismo americano, o espacialismo italiano, o expressionismo abstracto, entre outros, assumindo-os como fontes no seu caminho de pesquisa e experimentação.
Autor de uma extensa obra conceptual no domínio da pintura, o trabalho de Pires Vieira, centra-se na exploração da cor e do suporte, por via da “desconstrução” da pintura, do processo de desmaterialização e da conquista da tridimensionalidade. Com recorrente prática da mimetização, variação e seriação, desenvolve uma atitude crítica e de crescente reflexão sobre a essência da arte na vertente da pintura.
Pires Vieira afirma-se no contexto da arte portuguesa como um caso singular, com identidade própria, que não é fácil categorizar e exige de quem interpreta o seu trabalho uma estrutura alargada de conhecimento, face ao carácter idiossincrático da sua obra.  O facto de ter assumido uma postura liberta de convenções e de ter procurado manter-se independente dos preceitos estabelecidos no “meio das artes”, contribuiu para um desconhecimento da sua obra que pode agora ser colmatado.

Adelaide Ginga, curadora


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Bibli. Press release da exposição