terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

HUGO CANOILAS. "DEBAIXO DO VULCÃO" - MNAC/ SONAE ART CYCLES - Segunda Edição 2016-11-252017-03-26


Curadoria: EMÍLIA TAVARES

Debaixo do Vulcão  é um projeto artístico onde Hugo Canoilas tenta criar um espaço entre a ideia de filme e exposição  através de uma série de intervenções dentro e fora do Museu. Concebidas de modo a problematizar noções várias de exposição, espaço institucional e intervenção pública, os vários fragmentos, que resultarão deste processo de intervenção, de Julho a Novembro de 2016, serão depois reunidos no MNAC-Museu do Chiado a partir de 25 de Novembro enquanto dispositivo expositivo, onde a sua integração com uma série de outros elementos propõe um repensar da experiência contemporânea de noções de espaço, tempo e recepção.
Explorando Debaixo do Vulcão, o romance de Malcolm Lowry, e a transcrição da gravação de uma sessão de psicanálise invulgar referida por Jean Paul Sartre com Endless Killing (2008), uma obra anterior sua, Canoilas articula a experiência que tem da noção de filme com a sua reflexão de longa data sobre BLOCO - Experiências in COSMOCOCA ‘programa in progress’ (1973-74), uma série de trabalhos de Hélio Oiticica e Neville de Almeida. Esta justaposição de referências, conceitos e fragmentos de ideias expõe um conjunto de processos que constituem a sua obra heterogénea. Canoilas tece assim considerações sobre som, pintura, texto, vídeo, performance e fotografia e o modo como estes operam desde a criação ao empoderamento do espectador como agente sensível e crítico.
Este repensar do formato exposição capaz de reunir uma heterogeneidade de elementos pretende criar um ambiente que faz exigências ao raciocínio, memórias e corpos do espectador de modo a que o projeto se reconfigure como um movimento espiral onde a repetição contínua de variados elementos  ativa breves memórias e pequenas percepções. 

Mais informações em MNAC



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

MOLDURAS : Vasco Araújo - POTESTAD -

MOLDURAS : Vasco Araújo - POTESTAD -: Nove vídeos de Vasco Araújo no Museu Nacional em Brasília O Museu Nacional da República em Brasília recebe, a partir de 7 de fevere...

Vasco Araújo - POTESTAD -

Nove vídeos de Vasco Araújo no Museu Nacional em Brasília




O Museu Nacional da República em Brasília recebe, a partir de 7 de fevereiro, Potestad, uma mostra que reúne nove vídeos do português Vasco Araújo realizados entre 2001 e 2014. Selecionados por Maria João Machado, curadora da exposição, os vídeos têm como premissa os “relatos de poder”, temática central no trabalho do artista. As obras cruzam referências contemporâneas com as grandes narrativas e temáticas da cultura clássica e promovem uma reflexão sobre questões políticas universais. “É a primeira vez que os vídeos são apresentados todos juntos num contexto museístico”, afirma a curadora. 

Na abertura da sua mostra individual (7/2), Araújo dará uma conferência sobre o seu trabalho às 19h30. O artista será apresentado e acompanhado por Wagner Barja, curador do Museu Nacional da República. Será exibido ainda seu último projeto em vídeo, La Schiava, inspirado na ópera Aída de Giuseppe Verdi (2015).

“Trabalhando em distintos suportes como a escultura, o vídeo, a fotografia e a performance, Vasco Araújo tem estruturado o seu discurso numa particular forma de desconstruir e reconstruir os códigos de comportamento”, destaca Maria João. Em cada trabalho, segundo ela, redescobre a relação do sujeito com o mundo.  “Os jogos de poder, a competência do corpo, da voz (a do próprio artista, que pratica canto lírico), a gestualidade, a linguagem e as formas sociais estabelecidas são repensadas por meio de uma poética da representação”, completa. 

“É atualmente um dos artistas mais relevantes no contexto da arte comtemporânea internacional. As suas obras fazem parte de acervos e coleções importantes em todo mundo. O seu regresso ao Brasil, desta vez no Museu Nacional da República será, sem dúvida, uma excelente oportunidade para o público conhecer Vasco Araújo e testemunhar a criatividade tão singular do seu trabalho”, destaca João Pignatelli, Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal no Brasil.

Com um amplo suporte na Literatura e na Filosofia, o artista expõe criticamente o olhar do outro, a ambiguidade das relações, a fragilidade dos sistemas, a construção do real, a identidade e a sexualidade, a virtude da moral e do dever, a geografia dos afetos, as pulsões do desejo e da paixão.  “Nas várias obras de Araújo, os diálogos ganham lugar através da multiplicação de identidades, que partem de uma só voz, numa aguda viagem interior”, ressalta a curadora. Neste sentido, de acordo com ela, o artista convoca dispositivos formais associados à ópera, ao Barroco, à etiqueta palaciana, ao Modernismo e à mitologia e define, deste modo, um espaço próprio estético e discursivo.


Sobre o artista
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Nascido em Lisboa, em 1975, Vasco Araújo licenciou-se em Escultura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, frequentou o Curso Avançado de Artes Plásticas da escola Maumaus, também na capital.
Desde então tem participado em diversas exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro, integrando ainda programas de residências artísticas, como Récollets (2005), em Paris, e Core Program (2003/04), em Houston.
Em 2003, recebeu o Prémio EDP Novos Artistas atribuído pela Fundação EDP.
Das exposições individuais destacam-se "Debret", apresentada em Lisboa e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013), "Mais que a vida", Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, "Eco", no Jeu de Paume, em Paris (2008), "Vasco Araújo: Per-Versions", the Boston Center for the Arts, em Boston (2008), "Dilema" (2004), Museu de Serralves, no Porto.