sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Guimarães acolhe exposições de André Cepeda, Ricardo Jacinto e Escola do Porto

Novo ciclo expositivo no Palácio Vila Flor e no CIAJG inaugura a 25 de outubro


André Cepeda

No próximo sábado, dia 25 de outubro, inaugura um novo ciclo expositivo no Palácio Vila Flor e no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. O programa tem início às 18h00, no Palácio Vila Flor, onde será inaugurada a exposição “Rien”, de André Cepeda. Às 22h00, é a vez do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) inaugurar o 4º ciclo expositivo de 2014 com as exposições “Parque: os cones e outros lugares”, de Ricardo Jacinto, e “Escola do Porto: Lado B / Uma história oral (1968-1978)”. Na noite de inauguração será igualmente lançado o catálogo desta exposição


André Cepeda


No Palácio Vila Flor, a exposição Rien”, de André Cepeda, resume a argumentação valorativa de um ideal de verdade, cuja crítica política e social implícita se manifesta através do talento do artista. A nudez e a crueldade latente em muitos pormenores registados tornam-se mais percetíveis e intensas a cada olhar, propondo a interiorização do sofrimento, da dor, da solidão, da decadência, do abandono, da segregação, como motor de busca de uma nova realidade não corrompida, nem injusta. O preto e branco das fotografias devolve à imagem a sua essência primordial. A acumulação seletiva exercida pela atenção do sujeito, pelo seu olhar, transforma cada fotografia num exemplar único e insubstituível, que permite compreender a diferença entre realidade e encenação do real. Entre o facto captado e o observador, a visão de André Cepeda imprime uma eminente dimensão sociopolítica, materializada num sincero e introspetivo ato de contestação.


Escola do Porto: Lado B / Uma história oral (1968-1978)


No Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a exposição “Parque: os cones e outros lugaresrevisita “Parque”, o mais amplo e complexo projeto de Ricardo Jacinto  realizado até à data, e investe o território inexplorado que ficou desenhado quando o extenso coletivo de artistas e músicos que se reuniu em torno do autor se desmembrou. Constituindo-se seguramente como uma das mais fascinantes obras produzidas no contexto da arte contemporânea portuguesa na última década, “Parque” define-se como um espaço de criação coletiva e comunitária e desenvolveu-se praticamente sem interrupções entre 2001 e 2007, articulando um conjunto de três peças performativas principais com um conjunto de apresentações mais informais que documentavam as fontes, os materiais e os conceitos que consubstanciaram o projeto. Ricardo Jacinto cruza no seu trabalho escultura, arquitetura e música para criar peças em que o espetador é convocado para experiências percetivas intensas e, por vezes, inusitadas. Nuno Faria, diretor artístico do CIAJG, assume a curadoria desta exposição.

A inauguração de Parque: os cones e outros lugares acontece em simultâneo e de forma articulada com a inauguração da exposição Escola do Porto: Lado B / Uma história oral (1968-1978). A “Escola do Porto” tem uma história oficial que começa em Carlos Ramos, é estruturada por Fernando Távora e internacionalizada primeiro por Álvaro Siza e depois por Eduardo Souto de Moura. Na sombra desta “Escola do Porto” existe um “Lado B”, um lado outro, de estórias que escaparam às teses e aos livros. São estórias esquecidas, estórias secundárias, algumas inconsequentes outras rasuradas, estórias que tentámos pensar com um conjunto de entrevistas nem sempre concordantes entre si e que, no seu desacordo, evidenciam uma realidade mais complexa, com posições mais marginais. Desacordos que põem em causa a linearidade da história oficial e a imagem homogeneizadora da ideia de “Escola do Porto”. Estas estórias oscilam entre dois polos: entre a utopia social e política fortemente influenciada pelo Maio de 68; e a utopia formal e disciplinar que caracterizou o pensamento radical na década de 70. A narrativa proposta centra-se na geração que iniciou os estudos na ESBAP em 1970, e que opôs marxistas, leninistas, ou maoistas a trotskistas, situacionistas ou anarquistas.  A curadoria desta exposição está a cargo de Pedro Bandeira.

Bibli. Press release das exposições

Conferência : "UNCERTAIN SPACES - Visual configurations in contemporary art and museums"

31 de Outubro e 1 de Novembro de 2014: Fundação Calouste Gulbenkian

O Colectivo de Curadores tem muito gosto em anunciar a sua participação na conferência UNCERTAIN SPACES, sessão 01: Online Collections, Archives and Databases a ter lugar no dia 31 de Outubro na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, com a apresentação e discussão do ProjectoMap - Mapa de Artistas de Portugal.
Um projecto de divulgação da arte contemporânea, lançado em 2011, inédito a nível nacional, plataforma online que apresenta um mapa em constante crescimento e que conta com cerca de 200 artistas; uma ferramenta essencial de pesquisa na produção artística contemporânea.
A base de dados sobre a cena artística de Portugal.
Organizado pelo Unplace

sábado, 18 de outubro de 2014

José Pedro Croft - Objectos Imediatos

INAUGURAÇÕES

Fundação Carmona e Costa, 18 de Outubro, 18.30
Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, 24 de Outubro, 22.00


A exposição Objectos Imediatos, de José Pedro Croft, é o resultado da colaboração entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Carmona e Costa

Dividindo-se por dois espaços (a Fundação Carmona e Costa e o Torreão Nascente da Cordoariaa exposição apresenta trabalho sobre papel e escultura dos últimos doze anos.
Muitas das obras agora a apresentadas são inéditas, ou nunca foram apresentadas em Portugal, revelando o desenvolvimento do trabalho de José Pedro Croft numa escala a que o público não tinha acesso desde a exposição antológica realizada no CCB em 2002. As ligações entre o trabalho que o artista vem realizando em papel - nomeadamente através da prática da gravura - e a escultura são aqui colocadas em evidência, permitindo compreender melhor as articulações internas do seu percurso artístico.

Com curadoria de Delfim Sardo, a exposição é também a ocasião para a publicação, pela Documenta, de um catálogo homónimo que regista amplamente o período tratado na exposição. Para além do curador, o catálogo inclui ensaios do filósofo espanhol Amador Vega e do curador e crítico João Silvério. 

Bibli. Press release da exposição

terça-feira, 14 de outubro de 2014

MASTERCLASS | DANIEL BLAUFUKS - 'REGRESSO A TEREZÍN'

MASTERCLASS I 17 OUTUBRO > 19H00 I GRANDE AUDITÓRIO FBAUL I ENTRADA LIVRE
PROJETO SONAE/MNAC Art Cycles
A aula decorrerá da apresentação do trabalho “Terezín”, iniciado a partir de uma imagem do escritor WG Sebald em 2006, exposto em 2007 e publicado em livro em 2010, e que terá uma abordagem mais recente numa parte da exposição TODA A MEMÓRIA DO MUNDO, PARTE UM em Dezembro no Museu do Chiado.

DANIEL BLAUFUKS
Daniel Blaufuks utiliza principalmente fotografia e vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e livros. tem trabalhado na relação entre fotografia e literatura, através de obras como My Tangier com o escritor Paul Bowles. A relação entre o público e o privado tem sido uma das constantes interrogações no seu trabalho. Utiliza principalmente a fotografia e o video, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. Algumas das suas últimas exposições foram no Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Palazzo delle Papesse, Siena, LisboaPhoto, Centro Cultural de Belém, Lisboa, Elga Wimmer Gallery, New York, Museu do Chiado, Lisboa, Ffotogallery, Cardiff, e Photoespaña, Madrid, onde o seu livro Sob Céus Estranhos recebeu o prémio de melhor edição internacional do ano de 2007. Neste ano foi galardoado igualmente com o prémio BES Photo. Publicou Terezín pela editora Steidl, Göttingen, em 2010 e Fábrica, Pierre von Kleist, Lisboa, em 2013, entre outros livros.
Está actualmente a fazer o doutoramento na Universidade de Wales e terá uma exposição no Museu do Chiado em Dezembro de 2014.
Mais informações em http://www.danielblaufuks.com 
Bibli. Press release do evento

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

TOUR DU MONT-BLANC - Pedro Vaz



Na origem deste projecto existe uma viagem pedestre em torno do “tecto da Europa” -Tour du Mont Blanc.  Trilho este que, envolto das paisagens das grandes montanhas nevadas dos Alpes, dos seus glaciares, florestas nativas e planícies rochosas, parece revelar, preservando, a origem da vida selvagem. 
Ao longo desta travessia, com a distância de 174 km e 12 dias de viagem, foi feito um levantamento fotográfico a partir de uma regra de distâncias definida pela dimensão da própria natureza envolvente. Entre cada porção de distância foram produzidas duas fotografias, respectivamente, o lado esquerdo e o lado direito da paisagem, de modo a cobrir todo o ângulo de visão frontal. 
A sua apresentação requer um suporte específico de projecção, constituído por duas grandes telas de madeira - que quando juntas constituem um panorama - unidas ao centro por um ângulo de 120º, pretendendo respeitar exactamente o ângulo que distanciou nas captações, esquerda e direita, durante o percurso no TMB.


Sobre Pedro Vaz 
Pedro Vaz (1977) iniciou o seu percurso artístico na galeria Módulo - Centro Difusor de Arte, Lisboa, em 2005. É graduado em Artes Plásticas Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 2006.
No presente ano é premiado no concurso internacional Beers Contemporary Award for Emerging Art, em Londres, e recebe apoio para o desenvolvimento do projecto Tour du Mont-Blanc por parte da Fundação Calouste Gulbenkian e da Duplacena.
Ainda este ano, irá participar na colectiva Pedro Vaz X João Queiroz, no CAPC - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e apresentar o projecto Tour du Mont-Blanc, inserido no Festival Temps d’Images, em Lisboa.
Tem agendado para 2015 a exposição individual Mont-Blanc, na Galeria 111 em Lisboa e no Porto.
Pedro Vaz, vive e trabalha em Lisboa.

MNAC - Jardim de Esculturas  | 
2014-10-15
2014-10-16 | entrada livre

Bibli. Press release do evento






terça-feira, 7 de outubro de 2014

Abertura dos Ateliês de Artistas (AAA) - 5ª Edição, Outubro de 2014 nos dias 17, 18 e 19.



A vernissage de inauguração da 5ª Edição das AAA terá lugar no Jardim de Inverno do São Luís Teatro Municipal de Lisboa, no dia 14 de Outubro entre as 18h e as 21h.
Na semana seguinte, nos dias 17, 18 e 19 de Outubro, os artistas abrirão as portas dos seus ateliês ao público entre as 15h e as 20h.

É o 5º ano consecutivo em que a Associação Castelo d´If, dinamizada por dois especialistas em educação artística, Hilda Frias e Carlos Alves, realiza este evento da maior relevância no panorama das Artes Visuais em Portugal, em ligação e intercâmbio com a sua congénere de Marselha, a Associação Château de Servière, que há mais de dezasseis anos promove as OAA, Ouverture d´Ateliês d´Artistes, naquela cidade e este ano também com a Associação ACCA de Turim

Na edição deste ano, a organização manteve a qualidade do evento, garantindo uma ampla participação de ateliês e artistas, nacionais e internacionais.
O folheto do evento, com um mapa de Lisboa, que interpela pela novidade do roteiro, convida à realização de percursos nunca realizados e à descoberta da arte, nascida na cidade e dos seus criadores. O encontro com os artistas proporciona ao público a oportunidade rara do contacto com os espaços da criação, a aproximação real ao processo criativo e suas linguagens.
A Abertura dos Ateliês é uma Festa da cidade! Durante os dias deste encontro assistimos à intensa circulação de públicos mais específicos do mundo profissional da arte, estudantes, coleccionadores, professores, galeristas, críticos e outros agentes da arte, desfrutando, recolhendo informações, estabelecendo contactos e promovendo oportunidades, negócios e intercâmbios.
A riqueza cultural e o clima de grande abertura e tolerância que caracterizam este acontecimento são os principais ingredientes para o nosso convite a uma grande participação.

Para informações complementares e acesso ao roteiro aceda a  www.castelodif.com  ou aos pontos habituais de divulgação cultural e, particularmente, ao posto de Turismo no Restauradores.


Press release do evento

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

“Où va-t’-on?”



(ANA VIDIGAL na SALA DO VEADO)


Tudo isto são restos. Restos de momentos que ninguém quis, porque não gostaram de se ver, restos do primeiro filme em que me lembro de ter chorado.  Restos de frases que roubei, de textos que  me deram, de coisas  que li e nunca esqueci. São coisas assim aos cacos mas todas juntas. E é tudo uma contradição. Enquanto luto pelo esquecimento da imagem capturada, procuro uma nova que só existe provocada pela sensação da que está  por baixo. Mas acho que isto é o normal para quem quer mostrar o seu  passado,  tapando-o. No fundo no fundo andamos sempre a jogar às escondidas.


Ana Vidigal


Bibli. Press release da exposição