(ANA VIDIGAL na SALA DO VEADO)
Tudo isto são
restos. Restos de momentos que ninguém quis, porque não gostaram de se ver, restos do primeiro filme em que me lembro
de ter chorado. Restos de frases que roubei, de textos que me deram, de coisas que li e nunca esqueci. São coisas assim aos cacos mas todas juntas. E é tudo uma contradição. Enquanto luto pelo esquecimento da imagem capturada, procuro uma nova que só existe provocada pela sensação da que está por baixo. Mas acho que isto é o normal para
quem quer mostrar o seu passado, tapando-o. No fundo no fundo andamos sempre a
jogar às escondidas.
Ana Vidigal
Bibli. Press release da exposição
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