sexta-feira, 13 de junho de 2014

Seminário Luso Brasileiro "gostos em estado de utopia"


Este seminário decorrerá mediante um cronograma em estado de utopia, suspensão e deriva…consignado a partir das viagens a Portugal, propiciadas e a partilhar com outras instituições. Regularmente, far-se-á um acerto de datas em que os convidados brasileiros façam as suas viagens, estipulando um ritmo de jornadas, mais concentradas ou distendidas, que se intercalam com atividades realizadas por artistas e investigadores portugueses. A temática global deste seminário permanente alimenta-se, pois, do confronto, diálogo e/ou questionamento acerca das tipologias, conceitualizações e problemáticas, sob desígnio de: “gostos em estado de…utopia, suspensão e deriva” a promover entre autores, artistas, pensadores e outros protagonistas. Articula-se, em particular, aos projetos de investigação, alocados ao InEd – Projeto Educação Estética e Formação de Públicos para a Arte Contemporânea; Projecto Geografia Cultural do Século XX Português; Linha de Atuação: Práticas Profissionais em contextos Culturais. Centra-se na abordagem interdisciplinar sobre as poéticas e políticas das artes em Portugal e no Brasil, dilatadas num arco entre os anos 80 e até à atualidade.

Maria de Fátima Lambert


segunda-feira, 9 de junho de 2014

PIRES VIEIRA. ANTOLÓGICA: DA PINTURA À PINTURA.

MNAC - Museu do Chiado   : Atrium, Piso 1 e 2, até 14 de setembro

Direitos Reservados

Em 2014, Pires Vieira perfaz 45 anos de percurso como artista plástico. As suas primeiras obras datam de 1969 e as primeiras exposições individuais, em Portugal, tiveram lugar em 1971, quando ainda estava exilado em França. Depois do 25 de Abril regressa a Lisboa, onde participa em individuais na Galeria Quadrum e colectivas como a exposição itinerante “Pena de Morte, Tortura, Prisão Política”, em 1976, a histórica iniciativa de Ernesto de Sousa “Alternativa Zero”, de 1977, e representações nacionais em várias capitais europeias. Afirma-se com a geração de 70, inicialmente em conotação com o grupo francês Supports-Surfaces. No entanto, a cada década seguinte, Pires Vieira conquista novo fôlego e surpreende pelas abordagens e desafios, numa atitude de independência, com um trabalho que se centra na pesquisa, questionamento, empirismo e contenda face aos limites da pintura.

Direitos reservados
Esta exposição constitui a primeira antológica dedicada à obra de Pires Vieira. Face ao volume de “obra” existente, à surpreendente consistência do percurso realizado, com articulações e interpelações que perpassam décadas e fases, foi criada uma parceria entre o MNAC e a Fundação Carmona e Costa, por forma a contemplar uma visão de conjunto do percurso criativo deste artista. Assim, no MNAC apresenta-se uma selecção de obras produzidas desde finais de 1960 até ao início deste século XXI, e na FCC expõe-se grande parte da obra em papel, nas suas inúmeras variantes, igualmente desde finais dos anos 60, até à actualidade.
Tendo em conta que a cronologia não é um factor decisivo em Pires Vieira - o chronos(tempo) é explorado pelo logos (estudo) - toda a sua obra é desenvolvida num permanente devir dialético. As próprias referências artísticas de Pires Vieira revelam essa relação aberta entre distintos períodos históricos. O artista estabelece uma relação de interesse com Cézanne, Matisse, Rothko, Ad Reinhardt e o minimalismo americano, o espacialismo italiano, o expressionismo abstracto, entre outros, assumindo-os como fontes no seu caminho de pesquisa e experimentação.
Autor de uma extensa obra conceptual no domínio da pintura, o trabalho de Pires Vieira, centra-se na exploração da cor e do suporte, por via da “desconstrução” da pintura, do processo de desmaterialização e da conquista da tridimensionalidade. Com recorrente prática da mimetização, variação e seriação, desenvolve uma atitude crítica e de crescente reflexão sobre a essência da arte na vertente da pintura.
Pires Vieira afirma-se no contexto da arte portuguesa como um caso singular, com identidade própria, que não é fácil categorizar e exige de quem interpreta o seu trabalho uma estrutura alargada de conhecimento, face ao carácter idiossincrático da sua obra.  O facto de ter assumido uma postura liberta de convenções e de ter procurado manter-se independente dos preceitos estabelecidos no “meio das artes”, contribuiu para um desconhecimento da sua obra que pode agora ser colmatado.

Adelaide Ginga, curadora


Direitos  Reservados


Bibli. Press release da exposição


sexta-feira, 6 de junho de 2014

LUÍSA CUNHA


ARTUR PASTOR



Do espólio de Artur Pastor, adquirido pela autarquia em 2001, o Arquivo Municipal de Lisboa apresenta uma exposição da globalidade da obra deste autor, fotografias realizadas entre 1942 e 1998, onde se destacam as séries sobre a Nazaré (década de 1950), Agricultura (1942 a 1980), Algarve (1942 a 1965), assim como fotografias de Lisboa, Évora e imagens de paisagem e património construído de todo o país.

A exposição é constituída por três núcleos, apresentados em três espaçosdistintos da cidade: Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico, Museu da  Cidade | Pavilhão Preto e Colorfoto Alvalade:

“Fotógrafo Artur Pastor” no Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico

“Portugal de Artur Pastor no Museu da Cidade | Pavilhão Preto

 Com projeção do filme A paisagem de Artur Pastor. Sessões às 11h e 16h.

Artur Pastor nasceu em Alter do Chão, em 1922. Dedicou seis décadas da sua vida à arte de fotografar, como “regente agrícola fotógrafo”, entre 1950 e 1983, na Direção Geral dos Serviços Agrícolas e como fotógrafo amador.
Assumiu a sua paixão pela fotografia em 1943, quando prestava serviço militar no Algarve, fotografando com a sua Rolleiflex a geografia e a iconografia desta região.
Fez a sua primeira exposição individual em janeiro de 1946, Motivos do Sul, sobre a região sul de Portugal. O seu sucesso foi incontestável, desencadeando outras exposições, entre as quais, Exposição de Fotografias de Artur Pastor, em 1970 e Apontamentos de Lisboa, em 1986 e a publicação de dois álbuns de fotografia, Nazaré, em 1958 e Algarve, em 1965.

Na década de noventa inventariou o património edificado do país com a sua Nikon, projetando-o em várias maquetes, nunca publicadas. Finalizou a sua vida como fotógrafo com a “reportagem” da Expo 98. Faleceu em Lisboa, em 1999.

Bibli. Press release da exposição