Jugglers - Problemas e Insolvência
Estamos numa sala vazia com um foco de luza iluminar o centro. Um homem, desenha a linha que limita esse espaço. Fica uma pintura. Com esta exposição de Albuquerque Mendes (Trancoso, 1953), torna-se perceptível o percurso iconográfico obsessivo do artista. A performance é evocada como pintura. Tudo aqui se condensa numa oferenda pictural, em que o corpo de artista se confunde com o próprio corpo da obra, verso e reverso. Caras, fantasmas das passagens dos mundos em que tudo é possível e tudo deve ter uma resposta. A questão serve para resolver os enigmas dos equilibristas e dos malabaristas. O palco é o retrato. Afinal, é só uma cara pintada de branco com o pó das estrelas. A leveza afirma-se pelo sugestivo amargo da pintura no horizonte geométrico das grades. Na tela habitam essas lembranças, profanas.
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