terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Vasco Araújo - POTESTAD -

Nove vídeos de Vasco Araújo no Museu Nacional em Brasília




O Museu Nacional da República em Brasília recebe, a partir de 7 de fevereiro, Potestad, uma mostra que reúne nove vídeos do português Vasco Araújo realizados entre 2001 e 2014. Selecionados por Maria João Machado, curadora da exposição, os vídeos têm como premissa os “relatos de poder”, temática central no trabalho do artista. As obras cruzam referências contemporâneas com as grandes narrativas e temáticas da cultura clássica e promovem uma reflexão sobre questões políticas universais. “É a primeira vez que os vídeos são apresentados todos juntos num contexto museístico”, afirma a curadora. 

Na abertura da sua mostra individual (7/2), Araújo dará uma conferência sobre o seu trabalho às 19h30. O artista será apresentado e acompanhado por Wagner Barja, curador do Museu Nacional da República. Será exibido ainda seu último projeto em vídeo, La Schiava, inspirado na ópera Aída de Giuseppe Verdi (2015).

“Trabalhando em distintos suportes como a escultura, o vídeo, a fotografia e a performance, Vasco Araújo tem estruturado o seu discurso numa particular forma de desconstruir e reconstruir os códigos de comportamento”, destaca Maria João. Em cada trabalho, segundo ela, redescobre a relação do sujeito com o mundo.  “Os jogos de poder, a competência do corpo, da voz (a do próprio artista, que pratica canto lírico), a gestualidade, a linguagem e as formas sociais estabelecidas são repensadas por meio de uma poética da representação”, completa. 

“É atualmente um dos artistas mais relevantes no contexto da arte comtemporânea internacional. As suas obras fazem parte de acervos e coleções importantes em todo mundo. O seu regresso ao Brasil, desta vez no Museu Nacional da República será, sem dúvida, uma excelente oportunidade para o público conhecer Vasco Araújo e testemunhar a criatividade tão singular do seu trabalho”, destaca João Pignatelli, Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal no Brasil.

Com um amplo suporte na Literatura e na Filosofia, o artista expõe criticamente o olhar do outro, a ambiguidade das relações, a fragilidade dos sistemas, a construção do real, a identidade e a sexualidade, a virtude da moral e do dever, a geografia dos afetos, as pulsões do desejo e da paixão.  “Nas várias obras de Araújo, os diálogos ganham lugar através da multiplicação de identidades, que partem de uma só voz, numa aguda viagem interior”, ressalta a curadora. Neste sentido, de acordo com ela, o artista convoca dispositivos formais associados à ópera, ao Barroco, à etiqueta palaciana, ao Modernismo e à mitologia e define, deste modo, um espaço próprio estético e discursivo.


Sobre o artista
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Nascido em Lisboa, em 1975, Vasco Araújo licenciou-se em Escultura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, frequentou o Curso Avançado de Artes Plásticas da escola Maumaus, também na capital.
Desde então tem participado em diversas exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro, integrando ainda programas de residências artísticas, como Récollets (2005), em Paris, e Core Program (2003/04), em Houston.
Em 2003, recebeu o Prémio EDP Novos Artistas atribuído pela Fundação EDP.
Das exposições individuais destacam-se "Debret", apresentada em Lisboa e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013), "Mais que a vida", Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, "Eco", no Jeu de Paume, em Paris (2008), "Vasco Araújo: Per-Versions", the Boston Center for the Arts, em Boston (2008), "Dilema" (2004), Museu de Serralves, no Porto.


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